Olá Helena!
Há bastante tempo que não nos falamos.
Talvez porque eu tenha passado os últimos anos, a tentar esquecer-te… ou, quem
sabe, a tentar perdoar-te.
Sei que fizeste
o que pudeste
Mesmo quando parecias não saber por onde ir, tu seguiste.
Tinhas medo, mas não paravas. Choravas escondida, e no dia seguinte sorrias
como se estivesse tudo bem.
Eu lembro. Eu vi.
Às vezes,
dou comigo a recordar coisas em que eu acreditava tanto.
Dos sonhos que hoje parecem ingénuos,
das pessoas que amei demais,
das vezes que me calei por medo de perder, ou de não ser suficiente.
Queria dizer-te
que não falhaste.
Que o que parecia fraqueza era só cuidado demais, com o outro.
Que os erros que temes até hoje, foram, na verdade, tentativas sinceras de
acertar.
Eu cresci.
Mudei tanto que, às vezes, nem sei mais quem sou.
Mas existem pedaços teus, aqui no meu jeito de sentir, na minha sensibilidade
disfarçada, na minha força quieta.
Tu me ensinaste tudo isso, sem sequer perceber.
Se pudesse, hoje,
eu te abraçaria.
Dir-te-ia que vai ficar tudo bem.
Não por
magia, mas por esforço verdadeiro.
Vai doer. Vai cansar. Mas vai passar.
E tu vais ser alguém de quem te podes orgulhar.
Com carinho,
a Helena atual
MÃOS PEQUENAS, CORAÇÃO GRANDE
Já no top de vendas das livrarias.